sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

SEGUNDO DEBATE CIA TEMPORÁRIA NO TUSP - "MULHERES E ORGANIZAÇÕES POLÍTICAS E SOCIAIS"

Aconteceu na quarta feira, dia 02/12/2009, na Sala Experimental Plínio Marcos do TUSP, o segundo debate do ciclo que acompanhou a temporada do espetáculo "E agora, Nora?!".

O tema debatido foi "Mulheres e organizações políticas e sociais" com a presença de Camila Furchi da SOF (a ong Sempreviva Organização Feminista) e de Luciana Vizzotto e Cristiane Toledo do Movimento Pão e Rosas.




(Cristiane Toledo e Luciana Vizzotto - Movimento Pão e Rosas)



(Camila Furchi - SOF)

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Reflexões sobre "E agora, Nora?!" por René Piazentin

E Agora: Nora.

Depois de “Casa de Bonecas”, Ibsen foi considerado feminista por muitos. Amenizando a afirmação, digamos que tenha sido lido como feminista, ao menos nesta obra. Atravessar a porta de casa em direção ao “mundo lá fora”, para Nora, foi algo incrível, um caminhar de Neil Armstrong, um pequeno passo para uma mulher,mas um salto para a humanidade... E talvez a sensação de Nora fora de casa pela primeira vez, ao ouvir a porta que se fecha atrás de si, tenha sentido-se exatamente com o primeiro homem a andar sobre a Lua – aquele pequeno passo para além da porta já se configura como uma distância imponderável em relação à casa. A diferença é que o astronauta deseja voltar. Nora, deseja encontrar um outro caminho.

Entretanto, nas entrelinhas de “Casa de Bonecas” e da trajetória do próprio Ibsen como dramaturgo, poderíamos dizer com mais justiça que antes de um libelo em favor da mulher, o que Ibsen escreveu foi uma peça em favor da emancipação do ser humano, seja ele homem ou mulher. A escolha pela representação da opressão sofrida pela mulher me parece antes um meio que um fim – o feminismo ou uma possível leitura feminista está contida na problemática maior, que engloba várias instâncias da vida social.

“E Agora Nora” tem em “Casa de Bonecas” um ponto de partida. A figura emblemática de Nora ganha status de arquétipo contemporâneo, justamente por isso, arquétipo mutável: vai da sedução da streaper e da prostituta (universo da erotização “acessível”), idéia da mulher como objeto sexual “disponível”, até a sedução da modelo, onde a erotização da passarela é o da idealização (o “inacessível” da perfeição). Entre os dois extremos da sedução, vemos a dona de casa, a adolescente, a mulher masculinizada e outras tantas imagens em um caleidoscópio de situações e personas sugeridas.

Mas a mulher não é apenas sedução. Esta talvez seja a grande qualidade do espetáculo, pois aceita a tarefa inglória de passar pelos clichês do feminismo (e do “feminino”) para um questionamento em vários ângulos – especialmente o de dentro. Interessante perceber que não é apenas o olhar da sociedade (machista) que gera estes clichês: a própria mulher é mostrada como criadora potencial de clichês sobre si mesma e sobre a sua condição.

As três atrizes brincam com facetas possíveis deste feminino em graus diversos de exploração do componente da sedução. Mas justamente o momento em que revelam mais sua intimidade, numa semi-nudez, o corpo se despe (literal e metaforicamente) do elemento da sedução e torna-se apenas ausência de máscaras, melhor dizendo de rótulos.

A pergunta que dá título ao espetáculo poderia ser dirigida a qualquer mulher: depois de abandonar Helmer, depois de “queimar o sutiã”, de soltar o espartilho e trocá-lo por calças compridas, como reconstruir uma idéia de feminino onde a delicadeza e a fragilidade não se confundam com submissão e fraqueza?

Assim como a figura feminina sofre essas metamorfoses em cena, a estrutura do espetáculo também propõe transformações. Há momentos onde a linguagem apóia-se na técnica corporal ( a exemplo da boneca Barbie fisicalizada em “linha de produção” pelas atrizes); outros em que o tom de depoimento explicita a discussão a partir de um discurso articulado (feminista?); outros ainda onde as imagens nos conduzem à reflexão. A peça tem a grande qualidade de transitar na linha tênue do clichê, apropriar-se criticamente deles e brincar com isso. Mergulha nos estereótipos para discutir esse novo arquétipo feminino e nos ilumina a conclusão necessária: homens ou mulheres, como viver em plenitude e respeito a alteridade?


René Piazentin

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

PRIMEIRO DEBATE CIA TEMPORÁRIA NO TUSP - "MULHERES NA ARTE"

Aconteceu nesta última quinta feira, dia 26/11/2009, na Sala Experimental Plínio Marcos do TUSP, o primeiro debate do ciclo que acompanhará a temporada do espetáculo "E agora, Nora?!".

O tema debatido foi Mulheres na Arte e as debatedoras convidadas foram: Lúcia Romano da Cia Livre, Daniele Ricieri do grupo As Atuadoras, Renata Azevedo da Companhia Kiwi de Teatro e Roberta Estrela D'alva do Núcleo Bartolomeu de Depoimentos.



(Lucia Romano - Cia Livre)







(Roberta Estrela D´Alva - Núcleo Bartolomeu de Depoimentos; Sofia Boito, Joana Dória e Júlia Novaes - Cia Temporária de Investigação Cênica)







(Daniele Ricieri - Grupo As Atuadoras; Fernanda Azevedo - Cia Kiwi de Teatro

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Teaser "E agora, Nora?!"

http://www.youtube.com/watch?v=u948A2XcI-U

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Agressão na UNIBAN

Lemos ontem no dia 05 de Novembro de 2009 o artigo de Contardo Calligaris no Caderno Ilustrada do jornal A Folha de São Paulo, sobre o absurdo da violência cometida contra a estudante da universidade UNIBAN de São Bernardo do Campo. Indignadas com o fato, já incluimos referência ao caso na apresentação de ontem. O espetáculo "E Agora, Nora?!" aborda e discute questões femininas ao longo de diversos tempos históricos até chegar à atualidade, mas quando criamos a peça não imaginávamos que atualmente existiria um caso de tão extremo conservadorismo. Infelizmente, o assunto do nosso espetáculo é mais atual do que pensávamos e tal discussão se faz mais urgente.

Clique aqui para ler, na íntegra, o texto "A turba da Uniban"de Contardo Calligaris

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

REAÇÕES ADVERSAS









Reações Adversas, criado em 2008, foi o primeiro espetáculo do grupo! Com ele participamos do Festival Curta Teatro de Sorocaba, do Circuito TUSP e da Mostra Experimentos do TUSP.
Fotos de Sofia Boito, Caio Bars e Moisés Gaudio

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Reestréia "E agora, Nora?!"

De 04/11 a 17/12 quartas e quintas às 20h
Na sala experimental Plínio Marcos no TUSP
R. Maria Antônia 294, Consolação

R$20,00 (inteira)
R$10,00 (meia)

sexta-feira, 2 de outubro de 2009